quinta-feira, 24 de junho de 2021
Mudando as palavras antes de chegarem às nossas bocas
terça-feira, 22 de junho de 2021
Podcast 5.8 - Episódio 21: Educação Judaica: o que aprendemos
(originalmente publicado em: http://5ponto8.fireside.fm/21)
"Existo, não para ser amado e admirado, mas para amar e agir. Não é dever daqueles ao meu redor me amar, em vez disso, é meu dever preocupar-me com o mundo." Esta é uma frase de Janusz Korczak, pedagogo judeu emblemático e inovador, precursor das iniciativas em prol dos direitos da criança e do reconhecimento de sua autonomia.
Nesta última jornada do podcast 5.8, discutimos várias facetas da educação judaica: os desafios de se educar sobre a Shoá, os dilemas das escolas judaicas, a importância dos movimentos juvenis e a importância dos estudos acadêmicos para o judaísmo foram explorados aqui. Reflexão, questionamento, ação, transformação de si e do mundo. O que queremos e necessitamos da educação judaica para hoje e para o futuro?
Neste episódio, Laura Trachtemberg Houser e Rogério Cukierman conversam sobre o que aprenderam nas conversas da série sobre educação judaica.
Dicas Culturais:
- Shtisel - https://www.netflix.com/title/81004164
- Marina Costin Fuser, "Shtisel: Individual e o Coletivo no Retrato da Ultraortodoxia" - https://youtu.be/0ntP0smv_HA
- Michael Rosenak, "Covenant and Community: Six Essays on Contemporary Jewish Life and Education" - https://www.amazon.com/Covenant-Community-Essays-Contemporary-Education/dp/0873340086/
Com Rogério Cukierman e Laura Trachtenberg Hauser.
Créditos da Música de Abertura: Lechá Dodi, da liturgia tradicional de Shabat | Melodia: Craig Taubman | Clarinete: Alexandre F. Travassos | Piano: Tânia F. Travassos.
Edição: Misa Obara
sexta-feira, 11 de junho de 2021
Dvar Torá: Um manifesto contra o antissemitismo judaico (CIP)
terça-feira, 8 de junho de 2021
Podcast 5.8 - Episódio 20: Educação Judaica: Estudos Acadêmicos Judaicos
(Originalmente publicado em http://5ponto8.fireside.fm/20)
Wissenschaft des Judentums é o termo em alemão para o estudo científico do judaísmo, uma abordagem de investigação na qual o rigor acadêmico, não os dogmas religiosos, pauta o estudo de textos, história, tradições e contradições do judaísmo e da comunidade judaica.
Em uma tradição que valoriza tanto o estudo, não demorou para que a comunidade judaica abraçasse esta abordagem acadêmica, orgulhosa de que suas tradições e história fossem o foco desta linha de estudos. E não tardou também para que os conflitos aparecessem, para que os desprendimento demandado da abordagem científica se chocasse com interesses políticos comunitários.
Qual o estado atual dos estudos judaicos acadêmicos no Brasil e como vai a parceria entre os principais centros de estudo do assunto no país e as instituições comunitárias? Este é o tema deste episódio.
Nossas convidadas são Suzana Chwarts, Diretora do Centro de Estudos Judaicos da USP, e Mônica Grin, Diretora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos e Árabes da UFRJ.
Dicas Culturais:
- Maria Luiza Tucci Carneiro, Dez mitos sobre os judeus - https://www.amazon.com.br/Dez-Mitos-Sobre-os-Judeus/dp/8574808431
- Victor Klemperer, Lti A Linguagem Do Terceiro Reich - https://www.amazon.com.br/LTI-linguagem-do-Terceiro-Reich-ebook/dp/B08JWNR566
- W. G. Sebald, Austerlitz - - https://www.amazon.com.br/Austerlitz-W-G-Sebald/dp/8535912010
- Jean Amery, Além do Crime e Castigo: Tentativas De Superação - https://www.amazon.com.br/Além-Crime-Castigo-Tentativas-Superação/dp/8578660803
- Walter Benjamin, Escritos sobre mito e linguagem - https://www.amazon.com.br/Escritos-sobre-linguagem-Walter-Benjamin/dp/8573264748
- Theodor Adorno e Max Horkheimer, Dialética do Esclarecimento - https://www.amazon.com.br/Dialética-do-esclarecimento-Theodor-Adorno-ebook/dp/B00IXRBHQS
- Carlos Augusto Vailatti, Habacuque: Introdução, Tradução e Comentário - https://www.editorareflexao.com.br/teologia/habacuque-introducao-traducao-e-comentario
- Nota de Rodapé (הערת שוליים) - https://www.primevideo.com/detail/0QVN7RK0G4L915UA036B2JHP8K/ref=atv_sr_fle_c_Tn74RA__1_1_1
Com Rogério Cukierman e Laura Trachtenberg Hauser.
Créditos da Música de Abertura: Lechá Dodi, da liturgia tradicional de Shabat | Melodia: Craig Taubman | Clarinete: Alexandre F. Travassos | Piano: Tânia F. Travassos.
Edição: Misa Obara
terça-feira, 25 de maio de 2021
Podcast 5.8 - Episódio 19: Educação Judaica: Movimentos Juvenis
(originalmente publicado em http://5ponto8.fireside.fm/19)
A luta mais difícil de todas é a que temos dentro de nós. Não vamos nos acostumar e adaptar a essas condições. Aquele que se adapta deixa de discriminar entre o bem e o mal. Ele se torna um escravo de corpo e alma. Aconteça o que acontecer com você, lembre-se sempre: não se adapte! Revolte-se contra a realidade!
Essas frases foram ditas por Mordechai Anilewicz, um dos líderes do levante do Gueto de Varsóvia e uma das liderancas do movimento juvenil sionista socialista judaico Hashomer Hatzair.
Sua personalidade é emblemática como exemplo da importância dos movimentos juvenis para a cultura e existência judaica tal como ela é hoje.
E sua frase demonstra a relevância desses movimentos para uma educação judaica que tenha como premissa a ação por um mundo mais justo. Uma educação que não baixe sua cabeça frente a injustiças e que seja transformadora.
Hoje vamos discutir a importância dos movimentos juvenis judaicos atuais para a construção do judaísmo do futuro com nossos convidados, Camila Crespin, ex-mazkirá do Conselho Juvenil Judaico-Sionista e André Wajnberg, guia de turismo cultural em Israel e ex-sheliach na CIP.
Dicas Culturais:
- Música "On lâche rien" - https://open.spotify.com/track/61ZSaEqlhd8LtMZcWkFekJ?si=1947a838d1c3439d
- Ayelet Gundar-Goshen, Uma noite, Markovitch - https://www.amazon.com.br/Uma-noite-Markovitch-Ayelet-Gundar-Goshen-ebook/dp/B079TC561J/
- Ailton Krenak, A Vida Não é Útil, - https://www3.livrariacultura.com.br/a-vida-nao-e-util-2013711704/p
- Richard Bach, Fernão Capelo Gaivota- https://www.livrariadavila.com.br/fernao-capelo-gaivota-420486/p
- Episódio do Levante do Gueto de Varsóvia de Os judeus estão chegando na página do Conexão Israel do facebook - https://fb.watch/5I45yv4Kjh/
- Diálogo entre Shaul e David no Tanach - https://www.sefaria.org/I_Samuel.17.31-37?lang=bi
- Yossi Beilin, Achad haAm Pinat Herzl: Bikur Chozer beEretz Israel - https://www.kibutz-poalim.co.il/page_53358
- TLV1 Podcast, The new left: Zionist youth movements in 1960s America - https://tlv1.fm/politics-commentary/2016/03/21/the-new-left/
- "E eu Com Isso?", Episodio 11: Movimentos juvenis judaicos - https://anchor.fm/instituto-brasil-israel/episodes/11-Movimentos-juvenis-judaicos-e3oujc
Com Rogério Cukierman e Laura Trachtenberg Hauser.
Créditos da Música de Abertura: Lechá Dodi, da liturgia tradicional de Shabat | Melodia: Craig Taubman | Clarinete: Alexandre F. Travassos | Piano: Tânia F. Travassos.
Edição: Misa Obara
sexta-feira, 21 de maio de 2021
Dvar Torá: Buscando e Sendo a Face de Deus (CIP)
quinta-feira, 13 de maio de 2021
Emoções intensas e conflitantes
Al hadvash ve’al haokets, ‘al hamar vehamatoc; “sobre o mel e o ferrão, sobre o amargo e o doce” -- assim começa uma famosa música israelense, composta por Naomi Shemer na década de 1980. Assim como o poema de Iehudá Amichai escreveu sobre sua discordância com Kohelet [1], essas palavras refletem a realidade das nossas vidas: as alegrias e as dores normalmente vêm juntas e temos que equilibrar os sentimentos para nos mantermos sãos.
Este é um final de semana festivo na CIP. No Cabalat Shabat, teremos a alegria de dar as boas vindas à rabina Tati Schagas [2], que chega para somar e para transformar nossa comunidade. No sábado à noite, a 14ª edição do Ticún da Virada [3], a comemoração da CIP para Shavuot, tratará do tema “Eu e Nós” noite adentro, com a participação de mais de 50 intelectuais, ativistas, educadores, rabinos, chazanim, coreógrafos e artistas. Será um festival de Cultura Judaica, revivendo a experiência que nosso povo teve ao receber a Torá no Monte Sinai. Ao longo dos dias seguintes, serviços religiosos especiais de Shavuot. Tanto a chegada da rabina Tati como as comemorações de Shavuot são motivos excelentes para nos alegrarmos!
No entanto, como podemos estar completamente felizes quando Israel enfrenta um novo conflito armado, quando mísseis caem em Tel Aviv, Jerusalém e Ashquelon? Como nossa felicidade pode ser perfeita quando em nosso país, milhares de vidas ainda são perdidas para a pandemia? Com certeza, nossa alegria é temperada pela dor e pela tristeza.
A parashá desta semana, baMidbar, inicia o livro de mesmo nome. Em hebraico, baMidbar, significa “no deserto.” Foi no deserto que nos constituímos como povo, que recebemos a Torá, que nossos antepassados reclamaram incessantemente pela falta de comida e água e por nunca chegarem à Terra Prometida. Foi lá que Moshé encontrou Deus face-a-face e que o povo hebreu começou a desenvolver um relacionamento cotidiano com o “viver na presença de Deus”. Foi no deserto que uma nova geração, sem a lembrança da escravidão, nasceu e no mesmo deserto que a geração que havia sido libertada morreu sem chegar à Terra Prometida. O deserto, um lugar de amplidão e das possibilidades quase infinitas é um dos muitos lugares em que os opostos coexistem, as noites muito frias e os dias muito quentes, da calma absoluta a da tempestade insuportável, de perguntas sem fim que podem nos levar a um princípio de resposta… E foi nesse lugar de extremos e de contrastes que recebemos a Torá e que demos início à longa jornada chamada judaísmo.
A beleza da tradição judaica é que ela tem sido capaz de se transformar e continuar enchendo nossas vidas de significado no doce do mel e no amargor do ferrão, quando damos as boas vindas com esperança e quando nos despedimos com o coração pesado, em tempos de paz e durante as guerras. A grande maioria dos eventos do Ticún serão transmitidos ao vivo, mas alguns tiveram que ser pré-gravados por questões técnicas -- em um destes, a rabina Tati conversou com dois membros de kibutsim. Um deles era a rabina Lila Veissid que, comentando um verso da parashá da semana passada [4] que trata de comer os grãos armazenados para fazer espaço para a nova safra, estabeleceu uma analogia com o processo permanente de transformação dos kibutsim, no qual inovações convivem em harmonia com estruturas antigas. O mesmo, é óbvio, pode ser dito sobre o processo permanente de transformação do judaísmo como um todo, garantindo que nossa tradição continue relevante em todas as situações, não se mantendo congelada e presa a apenas um conjunto de circunstâncias. Como lembrou Iri Kassel, que também participou da conversa sobre kibutsim, em uma frase do Rav Kuk: “o velho deve se renovar e o novo deve se santificar”. Este é o processo que celebramos em Shavuot e ao qual a rabina Tati se soma.
Neste final de semana, nós comemoramos com alegria as transformações do judaísmo ao mesmo tempo em que buscamos na tradição judaica renovada ferramentas para lidar com as dores do momento.
Shabat Shalom
[3] https://cip.org.br/shavuot/
[4] Lev. 26:10