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terça-feira, 10 de novembro de 2020

Podcast 5.8 - Episódio 6: Identidade Judaica: o que descobrimos

Nos últimos dois meses, nos dedicamos a uma busca pelo significado pela identidade judaica. Como em qualquer exercício de investigação, fomos em busca de testemunhas e de experts no assunto que pudessem nos ajudar neste processo. Para cada conversa, queríamos desvendar um pedacinho deste quebra-cabeça, mas com frequência acabamos iluminando também aspectos que não esperávamos.

Desta vez reunimos as evidências coletadas através das conversas dos últimos quatro episódios e, jun, tentamos elucidar porque ser, como é ser, o que é ser judeu no Brasil do século 21 e te convidamos para ser parte dessa conversa com a gente.

Dicas Culturais:

Com Rogerio Cukierman e Laura Trachtenberg Hauser.
Créditos da Música de Abertura: Lechá Dodi, da liturgia tradicional de Shabat | Melodia: Craig Taubman | Clarinete: Alexandre F. Travassos | Piano: Tânia F. Travassos.
Edição: Misa Obara

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Podcast 5.8 - Episódio 5: Identidades Judaicas: Será que somos Hifenizados?

(originalmente publicado em https://5ponto8.fireside.fm/5)

Nosso universo como judeus e cidadãos é cheio de tensões. Como ser autêntico dentro de uma comunidade? Como ter valores sólidos em meio a uma modernidade cada vez mais líquida?

Em um mundo em que o judaico e o secular interagem e se misturam, às vezes fica difícil separar e identificar como o judaísmo influencia os valores universais ou vice-versa.

Como compreender nossa necessidade, direito e obrigação de agir e transformar a realidade, como judeus e como indivíduos únicos?

E, frente a todas a estas perguntas, será que é possível identificar tendências sobre o futuro das nossas identidades judaicas?

Nosso convidado desta semana é o sociólogo e historiador Bernardo Sorj.

Dicas Culturais:

Com Rogerio Cukierman e Laura Trachtenberg Hauser.
Créditos da Música de Abertura: Lechá Dodi, da liturgia tradicional de Shabat | Melodia: Craig Taubman | Clarinete: Alexandre F. Travassos | Piano: Tânia F. Travassos.
Edição: Misa Obara

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Podcast 5.8 - Episódio 4: Identidade Judaica: Novas Ondas

(originalmente publicado em https://5ponto8.fireside.fm/4)

leDor vaDor, de geração em geração -- pra muita gente, esta é a premissa básica do judaísmo, a ideia de transmitirmos nossas práticas, tradições e valores de uma geração para a outra. E apesar de falarmos e cantarmos sobre esta transmissão como algo óbvio, quase natural, podemos ler nas entrelinhas de vários textos judaicos que muitas vezes ao longo da nossa longa história, talvez todas as vezes, os mais jovens quiseram escrever a sua própria trajetória.

Continuamos falando em “liderança judaica do futuro”, mas esse futuro parece nunca chegar e o conceito de “liderança do futuro” não reconhece que parte da juventude já é liderança hoje, sem precisar esperar nenhum outro tempo. Mais do que isso: a juventude tem seus próprios sonhos de vida judaica, nem sempre totalmente alinhados com os de seus pais ou das grandes instituições comunitárias, mas que têm levado a atitudes concretas, que fazem diferença e mudam nosso caminho e pensamento como povo.

Como será, no Brasil de hoje, ser jovem e judeu com todas as outras identidades acopladas que cada um traz na mala? Quais são as transformações pelas quais lutam os jovens judeus? Quais são as novas identidades judaicas que eles estão construindo?

Essas são algumas das perguntas sobre as quais vamos conversar hoje com duas jovens lideranças judaicas: Guilherme Pasmanik e  Eduardo Barros.

Dicas Culturais:

Com Rogerio Cukierman e Laura Trachtenberg Hauser.
Créditos da Música de Abertura: Lechá Dodi, da liturgia tradicional de Shabat | Melodia: Craig Taubman | Clarinete: Alexandre F. Travassos | Piano: Tânia F. Travassos.
Música de encerramento: Avraham Avinu interpretada por Eduardo Barros, com produção musical de Daniel Tauszig. Versão para o filme "200 Anos de Imigração Judaica do Mediterrâneo", do diretor Marcio Pitliuk.
Produção Executiva e Edição: Marie Naudascher

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Podcast 5.8 - Episódio 3: Identidade Judaica: Gerações

(originalmente publicado em https://5ponto8.fireside.fm/3)

“Recriar o judaísmo para que continue o mesmo — o grande desafio de cada geração - significa trazê-Io de volta para dentro de nós, pois somos, em nosso corpos, mentes e espíritos individuais e comunitários. A única cerca, a única muralha que o protegerá’ como coisa viva, que o levará' para onde estivermos, como parte de nosso ser. Na geração das liberdades e do pluralismo, o judaísmo não e' carga nem responsabilidade. É um valor ao qual temos direito por herança. Que nos foi preservado para que o tenhamos para nós. E do qual podemos usufruir sem sacrifícios. Então terá sentido todo sacrifício para preservá-Io. E nossas comunidades, nossas instituições, muito mais que a proteção de seus muros, serão o espaço de nossa vivência, de nosso encontro, de nossa criação judaica."

Esse é um trecho do artigo Gerações, escrito pelo nosso convidado de hoje - Paulo Geiguer - publicado primeiro no Boletim da ARI em 1986 e depois na revista Devarim em 2011

Não por acaso, esse artigo foi publicado 2 vezes, com quase 30 anos de diferença e agora é citado aqui, no nosso podcast. Pois seus questionamentos continuam precisos, incisivos, provocadores, importantes e, principalmente, atuais.

Como nos transformar, como judeus, sem perder a essência? Como ser parte da comunidade judaica sem perder nossa própria autenticidade individual? Como sermos personagens ativos que, não simplesmente são levados pelos acontecimentos, mas que constróem sua história?

Nosso convidado desta semana é Paulo Geiger, um intelectual essencial da realidade judaica. Ensaísta, tradutor de autores israelenses fundamentais como David Grossmann e Amos Oz, redator de dicionários e enciclopédias, Paulo Geiger traz sua perspectiva e sua experiência sobre o que é ser judeu hoje no Brasil.

Dicas Culturais:

Com Rogerio Cukierman e Laura Trachtenberg Hauser.
Créditos da Música: Lechá Dodi, da liturgia tradicional de Shabat | Melodia: Craig Taubman | Clarinete: Alexandre F. Travassos | Piano: Tânia F. Travassos.
Produção Executiva e Edição: Marie Naudascher

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Podcast 5.8 - Episódio 2: Identidade Judaica: qual o seu ponto de partida?

(originalmente publicado em https://5ponto8.fireside.fm/2)

Se concebemos uma só forma de identidade judaica, fica complicado dar espaço a experiências diferentes como cada um de nós tem. Daí a complexidade de pensar em um futuro para o judaísmo e um único judaísmo do futuro. Talvez tenhamos que pensar em vários.

Por isso chamamos dois convidados especiais hoje, com passados e atuações no mundo completamente diferentes. Suas relações com o judaísmo, portanto, também variam bastante. Para discutir com a gente toda a multiplicidade sobre "o que é ser judeu", temos Tatiana Groff e Guilherme Ary Plonski.

Tatiana Groff é produtora cultural com ênfase na área audiovisual. Trabalha no Instituto Cultural da Dinamarca onde, entre outras funções, é a curadora do festival Ponte Nórdica, que reúne produções dos países nórdicos desde 2016.

Ary Plonski é professor da USP, onde também é o Diretor do Instituto de Estudos Avançados e onde foi o Diretor do IPT.

Dicas Culturais

Referências ao longo do episódio:

  • Professor Vilém Flusser: Professor checo que lecionou na USP na década de 1960. 
  • O midrash sobre Avraham e a origem da palavra “ivri”, “hebreu”: Bereshit Rabá 42:8
  • A Bolha, filme israelense de 2006, que retrata a cena LGBT em Tel Aviv.
  • Pecado da Carne, filme de 2009 sobre a homosexualidade no mundo ultra-ortodoxo.
  • Disobedience, uma mulher ortodoxa retorna à sua comunidade anós após seu afastamento devido à sua atração por uma amiga.
  • Out in the Dark, filme de 2012, trata da relação de um advogado israelense e um estudante palestino.

Com Rogerio Cukierman e Laura Trachtenberg Hauser.
Créditos da Música: Clarinete: Alexandre F. Travassos / Piano: Tânia F. Travassos.
Produção Executiva e Edição: Marie Naudascher

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Podcast 5.8 - Episódio 1: Por que perguntar?


(originalmente publicado em https://5ponto8.fireside.fm/1)

Em uma das passagens mais surpreendentes de todo o Tanach, a Bíblia Hebraica, o patriarca Avraham, que tinha abandonado sua terra natal para seguir um Deus que ele nunca tinha visto, não consegue esconder seu inconformismo com esse mesmo Deus, que lhe conta que pretende destruir as cidades de Sodoma e Gomorra, onde imperava o mal. “O Juiz de toda a terra não julgará com justiça?!” inquiriu Avraham, um desafio retórico em forma de pergunta que convenceu Deus a estabelecer condições para a salvação das cidades. Várias lendas que a tradição judaica conta sobre Avraham, os chamados midrashim, relatam como ele era um iconoclasta, que revirava cada pedra e não aceitava respostas prontas, que se tornou o primeiro monoteísta questionando as crenças religiosas de seu pai e que se orgulhava de não se obrigar a estar do mesmo lado da questão que a maioria. 

É possível que o exemplo de Avraham tenha fortemente influenciado a paixão do povo judeu por perguntas. Uma paixão que se manifesta especialmente por perguntas difíceis, as chamadas “kushiot” em hebraico ou “kashes” em ídiche, que nos fazem reconsiderar nossas premissas e abordar o assunto por uma nova perspectiva. Alguns milênios depois, o povo judeu continuou esse processo de valorização das perguntas, como diz um ditado em ídiche “para toda resposta você pode encontrar uma nova pergunta”; um processo infinito no qual a busca vale mais do que encontrar a resposta perfeita. 

De um tempo pra cá, no entanto, parece que a comunidade judaica foi perdendo essa paixão. Deixamos de fazer as perguntas difíceis, talvez com medo de onde a busca nos levaria. Continuamos falando sobre a tradição judaica do debate registrada nas páginas do Talmud, a obra central do judaísmo rabínico, mas deixamos de ler o Talmud como ferramenta que nos encoraje ao debate sincero, às perguntas corajosas, até mesmo sobre a nossa tradição religiosa, sobre as nossas práticas ou sobre a nossa relação com o mundo. Pelo contrário, muitas vezes as instituições judaicas, incluindo as escolas judaicas, agiram para silenciar as vozes dissidentes, para garantir que só escutássemos as respostas oficiais.

Perguntas difíceis passaram a receber respostas enlatadas, abordagens chapa-branca que expressam desdém pela pergunta e não reconhecem a legitimidade da dúvida. Continuamos falando sobre o judaísmo como uma religião sem dogmas, mas passamos a considerar alguns assuntos como intocáveis, verdadeiros bezerros de ouro tratados como semi-deuses, em clara oposição às muitas proibições judaicas contra a idolatria.

Como saímos deste estado de coisas? Como voltamos a valorizar as perguntas e honrar as experiências que lhes dão origem? Este é o assunto deste episódio do 5.8 e, de alguma forma, de todo o projeto.

Para saber mais:

Dicas Culturais:

Com Rogerio Cukierman e Laura Trachtenberg Hauser.
Créditos da Música: Clarinete: Alexandre F. Travassos / Piano: Tânia F. Travassos.
Produção Executiva e Edição: Marie Naudascher
Divulgação: Melina Sternberg e Depto. de Comunicação da CIP
Realização: Congregação Israelita Paulista